Uma introdução à maior certificação de Feed Safety do mundo
Provavelmente, se você está lendo este texto já conhece ou pelo menos ouviu falar sobre o GMP+ FSA, também denominado 'GMP+' e (erroneamente) de 'GMP'.
Pois bem... vamos explicar aqui como o GMP+ FSA surgiu e do que se trata.
Essa história começa em 1992, na Holanda, com a fundação do PDV (sigla de 'Productschap Diervoeder', ou como se tornou posteriormente conhecido 'Dutch Product Board Animal Feed''). Ela foi uma organização público-privada, parceria entre representantes da indústria de produtos para alimentação animal (em inglês 'feed ') e o órgão público responsável pela fiscalização deste segmento (uma espécie de MAPA holandês).
Seu objetivo inicial era estabelecer um código de práticas, algo como o Sindirações no Brasil, para o segmento feed, mais especificamente para indústrias de 'Compound Feed ', equivalente à ração animal no Brasil. Este código de prática tinha um tema: Boas Práticas de Fabricação (em inglês 'Good Manufacturing Practices'). E foi justamente a sigla do tema central o que deu o nome do código que práticas: GMP.
Após inputs das indústrias locais, nos anos seguintes o PDV promoveu mudanças no GMP, como a inclusão de requisitos baseados na ISO 9001 e do APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle). Após essas mudanças, o GMP não era mais um código de práticas, mas sim uma norma de Sistema de Gestão. Assim, em 1999, o nome foi alterado para 'GMP+'.
Não está correto quem acredita que o GMP+ é nada mais do que uma norma sobre Boas Práticas de Fabricação focada em produtos para alimentação animal.
Nos anos posteriores, o GMP+ passou a adotar o princípio de tornaria algo muito importante para a certificação: a abordagem de cadeia. À partir de 2000, o GMP+ não era focado apenas nos fabricantes de compound feed , mas também nos fabricantes de ingredientes para estes produtos e para os elos da cadeia entre estes (ex.: transporte, armazenamento, afretamento).
Entender bem este conceito é essencial para entender o GMP+. Em breve escreverei mais sobre isso aqui neste espaço. Por enquanto, se quer saber mais clique aqui.
Em 2010, vieram grandes mudanças. O PDV deixou de existir, e a administração do GMP+ passou a ser de uma entidade 100% privada: o GMP+ International. Neste mesmo ano, o nome da certificação foi alterado novamente, assim como o seu logo. Seu nome se tornou GMP+ FSA ('Feed Safety Assurance', em português 'Garantia de Segurança de Produtos para Alimentação Animal ').
Além do nome, a própria estrutura teve grandes alterações: neste momento já não se tratava de uma norma, mas sim um esquema documental contemplando diferentes documentos.
O GMP+ FSA é um esquema documental, não uma norma de certificação
Por exemplo, para a empresa certificada GMP+ FSA sob o escopo 'Production of Feed Materials ', na versão 2010, fazem parte do esquema documental as seguintes normas:
GMP+ B2 - Production of Feed Ingredients
GMP+ BA1 - Specific Feed Safety Limits
GMP+ BA2 - Control of Residues & Homogeneity of Critical Feed Additives...
GMP+ BA3 - Minimum Requirements Negative List
GMP+ BA4 - Minimum Requirements for Sampling and Analysis
GMP+ BA5 - Minimum Requirements EWS
GMP+ BA6 - Minimum Requirements for Labelling & Delivery
GMP+ BA7 - Minimum Requirements for by-products from Oil & Fat Industry
GMP+ BA10 - Minimum Requirements for Purchasing
GMP+ BA13 - Minimum Requirements for Sampling
Para os demais escopos, consulte o documento GMP+ C6 Assessment and Certification Criteria for GMP+ Certification – Process Certification.
Em 2021, o GMP+ International realizou uma grande alteração na estrutura do GMP+ FSA, com o lançamento da versão 2020.
Abaixo o vídeo de divulgação:
Agora... se você quer saber sobre o GMP+ FSA versão 2020, terá que acessar este outro post aqui.
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